quinta-feira, 3 de março de 2011

Parte 2: Um final (quase) feliz! ;)

Dando continuidade conforme o prometido no meu último post, sigo contanto a "saga" da compra do meu carro.

Vocês devem ter se perguntando porque tanta ênfase na concessionária e na questão da documentação, acertei? A verdade é que essa sim é a parte principal da história.

Somente recapitulando, eu comprei o carro e paguei o despachante para que eles transferissem o veículo para o meu nome. Pois bem, tenho até vergonha em escrever isso mas, acreditem vocês ou não, até hoje, dia 03/03/2011, quase três anos depois da compra, o carro ainda está em nome da concessionária. Sim, eu sei, é um tremendo absurdo, mas aconteceu, ou melhor, está acontecendo...

Mas como desgraça pouca é bobagem, tenho que relatar um episódio absolutamente cômico, para não dizer trágico. Em 2009 resolvi viajar para uma colônia de férias em Itanhaém. Era feriado prolongado e valeria muito a pena descansar um pouco dessa loucura que vivemos na nossa queria selva de pedra. Sexta-feira levantamos acampamento, malas prontas e dá-lhe estrada... Mal sabia eu que estava prestes a passar pelos piores momentos da minha vida!

Pegamos a estrada (meu ex-namorado, eu, minha prima e seu marido) por volta das 23:30 e, por ser feriado, o  trânsito estava absolutamente caótico. Em um determinado momento, a Rodovia Imigrantes ficou livre e tanto eu quanto minha prima acabamos caindo no sono enquanto meu ex-namorado dirigia e o marido da minha prima conversava com ele. Chegamos na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega mais de 02:00 e, assim que chegamos em Mongaguá, fomos surpreendidos por um comando da Polícia Rodoviária Federal.

Vamos às considerações: meu carro tem placa final 6, então conforme tabela de licenciamento, eu devo licenciá-lo anualmente no mês de Agosto. Quando comprei o veículo, o documento estava licenciado em nome do antigo dono, mas obviamente em Agosto/2008 o documento venceu. Você vai pensar: mas é claro que a Mayara pagou a taxa de licenciamento e pegou o documento novo para poder viajar! E eu vou te dizer: Não! A Mayara não fez isso...

Quando ouvi meu ex-namorado dizer "Ixi! Fomos parados!" eu acordei para o pior pesadelo pelo qual já passei e não desejo isso para ninguém. Quando acordei, a única coisa que consegui dizer foi: "Fodeu!"

O marido da minha prima, sem entender nada, questionou qual era o problema, mas já era tarde demais, o policial rodoviário já estava ao lado do motorista pedindo o documento. Naquele momento, recém-acordada, tudo o que eu consegui fazer foi pegar o documento (vencido) na bolsa e entregar para o policial. Ao ver que aquele documento estava mais do que vencido, o policial ainda teve a boa vontade de perguntar se eu não tinha o documento de 2009. Foi então que eu tentei, ainda que trêmula, explicar ao policial a minha triste história...

É claro que nada justificava o fato de o veículo não estar no meu nome ou do licenciamento estar vencido. Foi então que o policial disse a frase que eu nunca gostaria de ter escutado: "A Sra., sendo habilitada, deveria saber que andar com o veículo sem licenciamento é infração grave e resulta em multa e apreensão do veículo."

Confesso à vocês que as três últimas palavras me doeram muito mais do que qualquer porrada que eu pudesse levar naquele momento. Meu cérebro processou milhares de informações ao mesmo tempo e eu conclui novamente: "Fodeu!". Avaliem comigo... Se o carro não está no meu nome e ele é apreendido, eu só poderia retirá-lo do pátio para o qual ele seria levado (sabe-se Deus onde) após regularizar toda a situação do veículo. Ou seja, eu dependeria da concessionária - aquela mesma que até hoje não resolveu nada - para regularizar a situação do veículo e então poder retirá-lo do pátio. Não faço idéia de quanto isso iria me custar, mas só de pensar em não reaver o carro e ainda ter um carnê bem gordo para bancar, não teve outra solução: comecei a passar mal. Minha pressão caiu, minhas pernas bambearam e, pela primeira vez na vida, eu senti uma vontade imensa de chorar mas não conseguia.

Vendo minha situação absolutamente péssima, meu primo começou a conversar com o policial dando uma de "joão sem braço" como se não soubesse o que estava acontecendo. Creio que o policial achou um pouco estranha aquela situação e levou tanto o documento do carro quanto a habilitação do condutor para a guarita policial e começou a fazer umas pesquisas no sistema.

Nós ficamos parados na estrada por uns 40 minutos, mas tenham certeza de que pareceu uma enternidade.

Depois de muito pedir, e até implolar, alegando que eram mais de 02:30 da manhã, que não havia ninguém que pudesse nos buscar aquela hora, e que o licenciamento do veículo não havia sido feito, não por má fé, mas por inocência da minha parte, o policial então resolveu apenas aplicar a multa e nos deixar seguir viagem.

Lembram-se que no post anterior eu afirmei: "O que me lembro como se fosse hoje é que quando vi o Center Norte meus olhos se encheram d'água. Nunca nessa vida, havia sentido um alívio tão grande."? Pois é, até aquele momento eu não havia sentido, mas ao ouvir o policial dizer que, mesmo não podendo fazer aquilo, iria nos liberar para seguirmos viagem foi, de fato, o momento de maior alívio que eu já senti em toda a minha vida.

Seguimos viagem com as pernas bambas, e com a certeza de que Deus havia marcado presença naquele momento das nossas vidas com o maior dos milagres. É claro que essa história depois gerou muitas piadas, mas ainda assim a considero traumática. Depois desse episódio eu nunca mais viajei ou sequer fui para a balada com o documento irregular.
Atualmente a situação está quase solucionada. A concessionária me entregou todos os documentos necessários para a transferência do veículo para o meu nome, mas como a Fiat Venice está sofrendo diversos processos trabalhistas, todos os bens dela foram bloqueados e, é claro, que o meu carro está no bolo. O ofício de liberação já foi protocolado no DETRAN e agora aguardo ansiosamente a liberação da restrição judicial para que eu possa finalmente transferir o veículo pro meu nome.

Bem, a história é grande, mas o aprendizado é maior ainda, podem ter certeza! Peço que comentem com todos os amigos e conhecidos para que NUNCA, NINGUÉM, em HIPÓTESE NENHUMA, compre um carro na Fiat Venice, pois tudo isso que venho passando nesses quase três anos, é um sofrimento absolutamente desnecessário.

2 comentários:

Denison Carlos disse...

Fodeu! é um termo absolutamente aliviante quando nos vemos em uma situação cruel de encarar. Ainda bem que não apreenderam o veículo, senão você seria obrigada a usar a categoria extrema "Fodeu de vez!!!"... kkkkkkk

Unknown disse...

Essa história me lembra apenas uma coisa... "Sr... Pelo amor de Deus... É o meu ultimo suspiro... " hauahuahauhauahuaahuahau

Sorry amiga... Não pude não rir! Essa é uma das melhores histórias do mundo!

Graças a Deus, vc não chegou a beira do abismo do "Fudeu de Vez"...

Tá acabando, amiga! Tá acabando!

beijo