sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Alfredo, é Gisele!

Graças a Deus é sexta-feira! Depois de uma semana cheia, resolvi postar aqui um texto divertidíssimo de Elisa Lucinda. Além de muito engraçado ele remete à idéia desse blog...  Até que ponto a vida continua?

Espero que gostem!

Sora vê, daqui do táxi a gente sabe é cada coisa... Sabe e aprende, aprende até a não ter preconceito. Eu vou dizer cada um tem o seu segredo, tem seu cada qual. Nem que seja uma coisica de nada, no fundo todo mundo sabe que lá dentro tem uma verdade só dele que as vezes nem ele mesmo sabe.
 

Outro dia peguei um casal assim já de meia idade, bem apeiçoado, lá no Centro, eles tinham ido vê uma tal de uma Ópera, sei lá. Já eram umas 11 e meia da noite, a gente veio bem até o Aterro, entramos em Botafogo e o trânsito emperrou. A mulher já azedou na hora e foi falando para o marido:

- Que trânsito é esse, quase meia noite? Não é esquisito, Alfredo?

E o tal do Alfredo parecia um homem rico, mas não era fino, sabe? E também não gostava dela não. O cara era uma múmia. A resposta dele pras conversas da mulher tava mais pra rosnado, sabe?

- Alfredo, isso não é um absurdo? A gente aqui parado num trânsito quase de madrugada, não entendo, é estranho, hoje é sábado. Será que é algum acidente, Alfredo?

Como o homem não dizia nada, eu acabei dando o meu pitaco:

- Madame simplesmente aqui, da licença, virou um lugar só de "homensexuais"e mulher gay. É cheio de barzinho deles, a rua toda. Fim de semana ferve. Quem quiser ver homem beijando homem e mulher beijando mulher, se beijando todo mundo junto é aqui mesmo.

- Você ta ouvindo, Alfredo? Meu Deus, eles agora tem até bar pra eles, até rua. Não é um absurdo, Alfredo?

- Ô Onça, ce me conhece, sabe bem como é que eu sou. Pra mim isso se resolve é na porrada. Se eu sou o pai, eu desço do carro e não quero nem saber o que é que entortou, o que é que virou, não quero saber o que é cu e o que é fechadura, baixo o sarrafo na cambada! Eu, com sem-vergonhice, o sangue sobe, eu viro bicho.

- Que isto Alfredo pára de falar essas palavras de baixo calão, olha o que o médico falou né motorista?

Eu dei o meu pitaco:

- Oh madame, o negócio que ele ta falando é que nem que eu vi lá no filme: é uma metáfora. Ele não vai bater, vai só ficar zangado.

- E o senhor sabe lá o que é metáfora? Fica aqui metendo o bedelho na nossa conversa aqui atrás.

- Eu sei o que é metáfora sim! Pelo que eu entendi é assim: aquilo não é aquilo, mas é como se fosse aquilo. Então, em vez da gente dizer que aquilo é como se fosse aquilo, a gente diz que aquilo é aquilo. Mas não é. É como se fosse. Entendeu?

- Eu entendi, mas eu to chocada com essa libertinagem. Olha aquele homem... Alfredo, beijando outro homem, de bigode ainda, Alfredo! Olha Alfredo!


- E hoje ta até fraco. - eu falei - Hoje nem tem os “generais"?
 

- Que generais?
 

- General é aquelas mulheres de coturno que parece meio assim um macho. E o outro tipo de general é aquele homem transformista que é a traveca, mas anda é na gillete mesmo.

- Ta ouvindo, Alfredo? Que decadência Alfredo.


- E a gente vai ter que ficar parado nesta merda, ô Coisa?


- Calma Alfredo, não fica nervoso! Isso é questão do nível das pessoas. A gente que tem... Não é motorista? ... A gente tem um nível, a gente tem mais condições, temos que entender essa, essa, como é que eu digo, meu Deus?


- Putaria! - Falamos juntos, eu, ela e o tal do seu Alfredo.


- Cruzes Alfredo, olha aquela moça! Gente, uma menina, dezoito no máximo, e a outra maiorzuda no meio das pernas da coitadinha, fazendo sabe lá o quê! Tá vendo Alfredo aquela alí? Alí, aquela Alfredo, em cima do carro! Olha lá Alfredo, a mão da grandona na menina! Elas vão se beijar na boca, minha Nossa Senhora...

- Que transitozinho, hein jararaca? A gente não vem aqui em Botafogo nunca mais, tá ouvindo ô coisa!


- Mas Alfredo olha as duas meninas! Tá beijando, tá beijando, tá beijando Alfredo! Alfredo! Alfredo! Alfredo! Ela parece... Alfredo é Gisele! Alfredo! Nossa filha!?


- Filha da puuuutaaa...


E desmaiou, o tal doutor me desmaiou, enquanto a jararaca da mulé saiu porta afora de sapato na mão atrás das duas e eu pensando: não quero nem saber, vou encostar o carro aqui mesmo e espero o resolver, que uma  corrida dessa eu não vou perder, que eu não sou bobo e nem sou rico. É ruim de eu ir embora, heim?


Ai eu fiquei naquela situação: eu com um cara que era um ex-valente todo desmaiado no banco de trás parecendo uma moça, a mulé pisando forte que nem um um macho, um general, indo atrás da filha, quer dizer, tudo trocado e eles reclamando da filha. Se eu pudesse, eu ia lá defender a moça, mas não posso, já que o negócio é de família, né?


Eu não tenho preconceito não, mas é isso que eu tava falando pra senhora: daqui a gente sabe cada coisa! Mas é cada um com o seu cada qual.

Pra quem quiser conferir, Ana Carolina interpretou com muito talento esse texto em um de seus shows. Vale a pena! 
http://www.youtube.com/watch?v=iUPTBxh1wpA

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Familia ê, família ah, família!

Hoje é uma dia muito especial... Minha única prima materna completa hoje 12 aninhos!!! Parece até que foi outro dia que ela nasceu... E pensar que nessa época eu tinha 12 aninhos... Bom, esse não é o tópico do post!

Se pararmos pra pensar, temos tantas gratas surpresas nessa vida que só podemos mesmo é agradecer a Deus por tanta coisa boa. Eu, sempre que posso, fico lembrando de todas as coisas boas que já vivi, porque só assim a gente consegue entender que todas as coisas ruins sempre nos levaram a algo ainda melhor.
A Nicoly (minha prima) não foi diferente... Na época em que a mãe dela engravidou a minha mãe também ficou grávida. Agora imaginem eu, com 12 anos, filha única criada no carpete pela avó, sabendo que ia ganhar um irmão. Fiquei radiante! Mal podia esperar que o bebê estivesse entre nós para brincarmos e passearmos juntos. Só que a vida é uma caixinha de surpresas, e minha mãe perdeu o bebê com três meses de gestação.

Aquele momento talvez tenha sido, até hoje, o pior momento de toda a minha vida. E eu acho que ele não foi o pior pela perda do bebê, mas por ter visto a decepção da minha mãe em não poder me presentear com um irmão. Depois que ela saiu do hospital nós demos para a mãe da Nicoly tudo o que haviamos comprado pro bebê: carrinho, roupinha, fraldas, etc.

Quando a Nicoly nasceu, a nossa vida se encheu novamente de alegria e eu pude curtir cada fase da infância dela, sempre fazendo com que ela gargalhasse até ficar com soluço! (Tá bom, eu sei, sou sádica sim!)

Com o passar do tempo, a gente entendeu que aquele bebê, por mais que fosse bem-vindo, não teria a oportunidade de ter as mesmas coisas que eu tive ou que a Nicoly tem, afinal de contas, todo mundo teve a época das "vacas gordas" que agora estão quase anoréxicas.

De qualquer forma, não temos do que reclamar. A Nicoly veio com nos trazer muitas alegrias e hoje está quase uma adulta, se bem que pela altura ela já está um mulherão!

Espero que Deus reserve para ela as melhores oportunidades nessa vida, e que ela possa crescer e se tornar uma mulher determinada e realizada em todos os sentidos!

Nico, parabéns, te amo muito!

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A música faz a vida continuar...

Talvez nem todo mundo conheça ou já tenha ouvido falar, mas a temporada de Ídolos 2010 termina na próxima quinta-feira. Apesar de gostar muito de reality shows, eu nunca havia me interessado por Ídolos, até que um dia passei pelo canal da Record e comecei a ver os candidatos. Aí é que eu fui surpreendida novamente...

A temporada desse ano contou com os mesmos estilos musicais dos demais programas, mas excepcionalmente, dentre tantos talentos, cada qual ao seu estilo, o programa revelou um talento raro: Nise Palhares. A carioca de 28 anos tem uma voz de fazer inveja para qualquer pessoa. Seu estilo irreverente e sua personalidade forte conquistaram tanto os jurados quanto o público que aprecia uma voz madura e encantadora.

Há quem queira compará-la à Ana Carolina, Cássia Eller ou Maria Gadú, mas como apreciadora dessas e de tantas outras cantoras brasileiras, devo dizer que Nise não é comparável. Aliás, não se pode permitir comparar cantoras pelo modo de cantar, de gritar, pela sexualidade ou pelo estilo de viver. Cada uma chegou onde chegou por próprio mérito, trabalho e talento.

Nise vinha desenvolvendo um trabalho maravilhoso no Ídolos até que chegou nos três finalistas e foi eliminada na quinta-feira passada. A verdade é que não importa quem são os finalistas, até porque todos sabemos que quem ganha esse tipo de programa nunca faz sucesso. O que me deixou impressionada foi ver o público eliminando um talento como ela para classificar vozes comuns e abundantes em nossa realidade. Fiquei muito indignada, não pela Nise ter saído, mas por quem ficou para a grande final.

Depois, em meus momentos de reflexão, cheguei à conclusão de que a eliminação da Nise era só uma questão de tempo, porque ela realmente não merece ganhar o Ídolos, ela merece muito mais do que isso. Eu tenho certeza de que a vida dela vai continuar daqui pra frente com outra perspectiva, e ela certamente aprendeu muito nesses últimos meses. Tudo isso refletirá uma caminhada de muito sucesso, porque talento ela já tem o suficiente.

Se quiserem conferir, vejam a Nise cantando Evidências: http://www.youtube.com/watch?v=H5Y-ld6hTrc

ou então, Luz dos Olhos: http://www.youtube.com/watch?v=46T0zNWxPm4&feature=related

Pelo menos, todo mundo já sabe que a Nise já tem uma fã garantida: EU!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Garçom, 46 cervejas, por favor!

Eu ainda estou custando a acreditar que o curso acabou. Chegar em casa e poder ficar sentada em frente à TV me dá a sensação de que eu estou deixando de fazer alguma coisa importante. É engraçado como nos acostumamos a rotinas com tanta facilidade!

Bem, ainda estou na expectativa do Gabarito Final do MPU, porque pelo Gabarito Preliminar a chance é bem pequena... Mas não quero pensar nisso agora!

O final de semana está chegando e vai rolar um super sítio com a galera mais animada de todos os tempos! E aí, dentre tantas preocupações, uma delas é a quantidade de cervejas. Aliás, acho que essa é a mais importante das providências.

Particularmente quero compensar todo esse tempo de estudo, finais de semana em casa, FERIADOS em casa, enfim, preciso recompensar esse tempo de abstinência da minha vida social.

Comecei então a fazer uma planejamento para alcançar o objetivo proposto e cheguei a seguinte conclusão:

Mas só uma coisa: esse planejamento seria estratégico, tático ou operacional?? Ahhhhhhhhh... Administração Pública não sai da minha cabeça!

Vamos à conclusão: Preciso tomar, pelo menos, 2 cervejas para cada matéria do curso, o que resulta em 20 latinhas. Depois eu preciso de mais 2 cervejas, no mínimo, para cada sábado e domingo enclausurada na sala de aula com ar condicionado. Teremos então mais 14 latinhas. Pelo FERIADO que eu passei fechada em casa com a minha companheira de aventuras (Lú!) estudando que nem uma louca eu acho que 3 latinhas por dia é o mínimo que eu mereço, então temos mais 12 latinhas.

Ou seja, por alto, eu tenho que beber só nesse final de semana, pelo menos, 46 latinhas. Mas como é muita coisa e eu não posso entrar em coma alcoólico já que segunda-feira é dia de ralar, vou me permitir deixar o saldo desse final de semana para o próximo... Assim eu garanto minha integridade física e moral e me compenso por todo esse sofrimento!

Tenho certeza de que o meu final de semana será incrível, e espero que o de vocês também... Mas, se eu não postar nada aqui na próxima semana, tenham certeza de que estou me recuperando em algum hospital. :D

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E tudo começou em uma conversa na Starbucks...

As coisas nessa vida acontecem de uma forma muito engraçada mesmo. Talvez muitas coisas como essa se passaram e eu nem me dei conta.

Bem, quem tem um pouco mais de contato comigo pôde acompanhar a minha maratona nos últimos meses. Diga-se de passagem, foi uma maratona e tanto!

Mas, para quem não sabe, (e talvez nem todos saibam) acho importante registrar aqui como tudo começou.

A verdade é que tudo começou em meados de Maio em uma conversa com a Lú na Starbucks - sou obrigada a abrir um parênteses só para deixa bem claro o quanto eu AMO esse café - em algum dia da semana, antes ou pós cineminha. Conversávamos sobre muitas coisas, aliás, como sempre fazemos, e falávamos especificamente sobre a necessidade que temos - pelo menos ela e eu temos - de inovarmos nossas vidas de tempos em tempos.

Esse ano para mim tem sido de grandes descobertas... Aprendi a viver sozinha, ou melhor, sem um namorado, aprendi que amizades vem e vão, aprendi que é possível curtir uma balada sem se sentir como um Pac Man, aprendi que você pode se socializar mesmo com quem você não conhece ou não pretende conhecer, enfim, é o ano do aprendizado! Então, enquanto falávamos pelos cotovelos sobre tudo isso eu me dei conta de que já estava na hora de voltar a estudar, afinal de contas, estou formada desde 2006 e quatro anos já foram suficientes para me deixar um pouco enferrujada.

Foi então que a Lú, concurseira de plantão, me indicou o Colégio Damásio (Bairro da Liberdade) para que eu pudesse prestar o concurso do MPU. Agora façamos uma reflexão: eu, formada em Letras, que NUNCA na vida tinha estudado qualquer artigo de uma lei, iniciaria um curso para prestar concurso público no Ministério Público da União. De repente, na sua cabeça possa agora estar surgindo algumas dúvidas como: para que serve o MPU? onde fica? é de comer ou de passar no cabelo? Mas, não se aflijam, pois as mesmas questões pairaram sobre a minha cabeça, mas como num impulso elástico, resolvi me inscrever para o curso! Sim, exatamente, sem nem sequer imaginar o que eu encontraria por lá!

Os dias seguintes foram de busca pelo "paitrocínio" e pelas informações que eu precisava para tentar me localizar frente ao até então desconhecido: CONCURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO! Confesso que se talvez que soubesse o tamanho disso e o peso que isso tem eu certamente não teria me dado ao luxo de começar a estudar. Eu certamente já teria me declarado incapaz e não se falaria mais no assunto.

Enfim, o curso começou e pasmem, eu estava conseguindo entender tudinho. É claro que diversas assimilações vieram com o tempo, mas só de eu entender a estrutura do Poder Judiciário no Brasil já foi motivo de muita alegria! Bem, o que não sabíamos é que o Edital do concurso sairia tão rápido. E, como num passe de mágica, quase todas as matérias que eram previstas para o concurso simplesmente mudaram! Não teria mais Matemática nem Raciocínio Lógico (tks God!) mas em contrapartida teríamos Administração Pública, Administração Financeira e Orçamentária, Gestão de Pessoas e Arquivologia... Nesse momento, eu que já estava com quase metade do corpo na água, terminei de afundar!


Para resumir foram 4 meses de estudo diário, em qualquer fração de segundos que me sobrava. Minha última balada foi no meu aniverário - em Julho - e eu simplesmente parei de ter vida social. Fiquei full time dedicada à esse concurso tentando fazer com que meus neurônios dividissem a tarefa entre eles e decorassem (PELOAMORDEDEUS!) o raio da Constituição Federal de 1988. Enquanto os meses passavam eu não sabia se eu agradecia por estar acabando ou se eu começava a me desesperar porque tinha muita coisa para estudar e não iria dar tempo de repassar tudo...


Bem, no final das contas eu consegui tirar uns dias de férias e entre uma coisa e outra eu consegui repassar toda a matéria. Mas aí a prova estava chegando e eu parecia uma louca de tanto comer doce... Não conseguia me conter!


A história ainda não está finalizada, mas está chegando perto disso. As provas - sim, foram duas provas: uma no sábado para o cargo de ensino superior e outra no domingo para o cargo de ensino médio - aconteceram nesse final de semana. Foram 150 questões mais uma redação de 30 linhas que, acreditem ou não, devem ser feitas em 5 horas. Confesso que estou bem confiante! Amanhã, após às 19 horas é o prometido pela banca para a divulação do gabarito. E aí eu vou finalmente saber qual a minha pontuação final.


A verdade é que não importa o resultado desse concurso, mas sim tudo de tão legal que eu aprendi, as pessoas incríveis que eu conheci e, principalmente, a consciência própria que eu tenho hoje sobre a minha capacidade e sobre a minha determinação. E se não for esse, certamente será em outro, porque a vida sempre continua...

Does life always go on?

Quem nunca perdeu um amor, seja ele real ou platônico? Quem nunca perdeu um emprego, uma viagem, uma festa, um evento?

Quem já passou por alguma perda grande nessa vida sabe, ou pelo menos deveria saber, que a vida sempre continua...


Foi com base nessa idéia que eu resolvi desenvolver esse blog. Minha vida já continuou por diversas vezes, até mesmo em momentos que eu pensei que ela não fosse continuar... E eu acho interessante dividir essas experiências, porque quando estamos vivendo um momento no qual achamos que a vida vai parar pra gente descer, é sempre bom poder ouvir uma história parecida com um final (parcial/totalmente) feliz.


Espero que esse blog possa ser um diário coletivo onde possamos trocar experiências e desabafar em momentos oportunos, ou não.


Espero que todos gostem e entendam de uma vez por todas que: A VIDA SEMPRE CONTINUA!