quarta-feira, 2 de março de 2011

Parte 1: Quem tem carro levanta a mão! \o/

Caros leitores, a história a seguir, além de longa, contém fatos chocantes... Tire as crianças da frente do computador e habilite a sua paciência caso queira chegar até o final desse post, ok? ;)

Vou dividir a história em duas partes para que vocês consigam digerir todo o depoimento...

Tudo começou em 2008 quando tive a brilhante idéia de comprar o meu primeiro carro. Sabe como é, euforia, ansiedade, medo e todos os outros sentimentos que aparecem quando você vai fazer a primeira compra financiada da sua vida! Comecei a procurar em todas as concessionárias qual teria a menor taxa de financiamento pois não poderia dar nada de entrada: era só a cara, a coragem e o carnê!

Pois bem, assistindo aos programas que passam todos os domingo divulgando as concecionárias e feirões da cidade, vi um comercial da Fiat Venice, uma concessionária que fica na Av. Tancredo Neves, Zona Leste da cidade. Foi então que no dia 22/03/2008 fui até lá e para a minha felicidade, que depois se tornaria um pesadelo, havia um feirão de veículos semi-novos. Dentro do valor que eu procurava havia um Ford Ka, 1997, de cor vermelha e com alguns retoques internos necessários. Claro que o vendedor me garantiu que tudo seria consertado e que ficaria como novo.

Pausa para uma rápida consideração: o meu grande erro, na verdade, foi ter confiado em uma concessionária só porque ela carregava o nome Fiat. Se eu tivesse suposto naquele momento que eu passaria por 1/10 do que eu passei, eu jamais teria levado aquela compra adiante.

Como sempre acontece aqui no Brasil, para vender alguma coisa para você, é tudo muito rápido. Meu crédito foi aprovado quase que imediatamente e o financiamento para 48 meses saiu antes mesmo de eu piscar os olhos. Até aí, creio que minha história não tenha nada de diferente do que vocês já viram ou até mesmo já fizeram, salvo por um detalhe crucial: enquanto estávamos fechando negócio, que era mais um monte de papéis para assinar, o vendedor me informou que eu teria que pagar algo em torno de R$ 350,00 para que o despachante da Venice providenciasse a transferência do carro pro meu nome. Rá! Doce ilusão minha... Mas, contrariando toda a expectativa de vocês que estão pensando que eu devo ter contestado e batido o pé para que eu mesma fizesse a transferência do veículo, surpreendam-se: eu apenas aceitei a justificativa de que era procedimento da concessionária que os documentos fossem transferidos pelo despachante próprio para evitar fraudes e paguei o despachante.

Pausa para uma outra rápida consideração: se eu tivesse, no mínimo, pesquisado sobre como funcionam compras de veículos, eu saberia naquele momento que era um direito meu receber a documentação para a transferência do veículo.

É claro que após ter finalizado a compra eu estava realizada por ter finalmente alcançado meu objetivo de comprar meu primeiro carro. O vendedor prometeu que o carro poderia ser retirado dentro de 10 dias, o que pra mim seria uma eternidade! Obviamente que o carro não ficou pronto dentro do prazo, mas após algumas ligações grosseiras, o vendedor me garantiu que eu poderia retirá-lo dia 04/04/2008 (sexta-feira), e isso seria perfeito pois no sábado seria o aniversário de uma grande amiga e eu havia combinado com ela de irmos com o meu carro para a casa dela na sexta-feira para que pudéssemos arrumar tudo com calma para o sábado, mas primeiro seria necessário passar na minha casa para pegar as minhas coisas.

Chegado o grande dia, não cabia em mim de tanta felicidade e ansiedade. Combinei com a minha amiga de irmos até a concessionária de ônibus e de lá seguiríamos para a minha casa. A ida foi uma maravilha... mas alguém se lembrou de olhar o caminho de volta? CLARO QUE NÃO! Mas como eu já tinha ido lá (mesmo que uma única vez), é óbvio que eu saberia achar o caminho de volta, afinal de contas, era só chegar na Av. do Estado e eu estaria a caminho de casa! Eu de fato cheguei na Av. do Estado, só não me dei conta de que estava indo para o lado errado. E para piorar, o nervoso daquele momento, dirigindo pela primeira vez um carro meu, não me permitiu sequer a coragem de parar no primeiro posto da gasolina para pedir informação. Fui seguindo com o carro como uma louca desvairada esperando que a rua de casa surgisse do asfalto na minha frente! O problema começou a ficar mais sério porque começou a escurecer e eu estava cada vez mais no mundo de "Neverland". Tive então a brilhante idéia de pedir informação... Vou tentar transcrever aqui o diálogo:

Mayara: "Moço, por favor, estamos perdidas e precisamos ir para Santana, ali próximo da Av. Cruzeiro do Sul. Como eu posso fazer?"
Moço: "Ixi... Você tá longe, viu!"
Mayara: "Jura? Onde eu estou?"
Moço: "Aqui em cima é a Av. Sapopemba. Você está indo sentido São Mateus."
Mayara: "Não, moço. Pelo amor de Deus, eu nem sei onde fica esse lugar. Como eu faço pra voltar?"
Moço: "Bom, o jeito mais fácil é voltar pela Av. Sapopemba, e ir seguindo as placas sentido Marginal Tietê. De lá você sabe chegar?"
Mayara: "Olha, saber eu não sei, mas pelo menos se eu conseguir chegar até lá eu sei que vou estar mais perto de casa. Muito obrigada!"

Agora imaginem vocês, eu, com essa única vida que Deus me deu, dirigindo meu carro pela primeira vez, inexperiente em qualquer trânsito dessa cidade, tendo que atravessar a Av. Sampopemba e a Av. Salim Farah Maluf na "hora do rush" para conseguir chegar na Marginal Tietê em por fim, tentar me achar para chegar em casa. Não preciso nem dizer que foi uma aventura e tanto (além, é claro, de todas as buzinadas que levei por fazer barbeiragens no trânsito)! O que me lembro como se fosse hoje é que quando vi o Center Norte meus olhos se encheram d'água. Nunca nessa vida, havia sentido um alívio tão grande. Por fim, entre mortos e feridos salvaram-se todos e eu finalmente cheguei em casa sã e salva.

Claro que essa história ainda não acabou, mas peço que vocês tenham um pouco de paciência para conhecer os próximos capítulos.

Continua...

Um comentário:

Denison Carlos disse...

Tá indo bem... Kkkkkkkk... Me rachei de rir com o seu sofrimento. E olha que já conheço essa história hein!