domingo, 27 de março de 2011

Truly, Madly, Deeply

Quando iniciei esse blog, meu objetivo foi postar textos que pudessem motivar a idéia de que a vida sempre continua, independente do que aconteça em nossas vidas. Acredito que estou conseguindo cumprir com o meu objetivo.

É claro que a base desses textos são experiências vividas por mim ou por pessoas próximas a mim, sem que haja uma exposição demasiada de sentimentos ou de fatos, afinal de contas, privacidade é bom e todo mundo gosta.

Só que algumas coisas acontecem e eu prefiro não postar, ou porque não acho conveniente ou por não saber como expô-las. E a história que eu quero contar hoje é uma delas... Talvez não seja com a riqueza de detalhes que eu gostaria, para que muitas coisas sejam preservadas, mas vou tentar fazer o meu melhor.

Mas antes de iniciá-la, quero apenas explicar o meu objetivo em postá-la... Eu acredito muito em Deus, e sei que nada nessa vida é por acaso, por isso quero deixar registrado aqui, no meu diário virtual, uma passagem que será absolutamente inesquecível na minha vida.

Quem acompanha meu blog deve se lembrar de um post que fiz sobre a solidão. Nesse post eu falei sobre o que eu sentia naquele momento, quase um ano depois de sair de um relacionamento bastante longo. Bem, nesse post, um amigo meu comentou que eu não me preocupasse, pois as coisas aconteceriam quando eu menos esperasse.

O fato é que ele estava absolutamente certo, e é aí que a minha história começa...

Há pouco mais de dois meses, em um churrasco despretensioso, conheci uma pessoa muito especial. Até então, é claro que eu não imaginei que ela se tornaria tão especial assim. Mas, papo vai, papo vem, eu percebi que havia alguma coisa acontecendo, só que até então, é difícil saber se a pessoa está de fato interessada em você ou se é apenas uma simpatia demasiada.

A verdade é que depois desse encontro, nossa história começou... Foram momentos simplesmente inesquecíveis. Há muito tempo não me sentia tão feliz ao lado de alguém.

No meu conceito de relacionamento, o importante é que haja uma soma de sentimentos e experiências. E foi exatamente isso o que aconteceu. Talvez pela quantidade de coisas em comum que temos, talvez pelos diferentes pontos de vista, ou ainda por todas essas razões, foi de fato uma soma muito grande.

O interessante nessa história é que, apesar de curta, ela foi extremamente intensa e tomada por um turbilhão de sentimentos. Me ensinou muita coisa e despertou em mim alguns sentimentos que há muito tempo eu não sentia e até mesmo outros que eu nunca havia sentido.

Infelizmente existem algumas coisas que impossibilitam essa história de continuar, coisas das quais não acho conveniente comentar, até porque o que realmente importa é que elas existem. O que faço hoje é deixar que as coisas aconteçam e, como muitas pessoas já me disseram, o que é pra ser nosso, de fato será, e não há nada que possa mudar o nosso destino. Sigo minha vida com a certeza de que tudo valeu a pena e que não há nada que minimize tudo o que vivi.

Dentre tantas lições que consegui tirar dessa história, a que eu considero mais importante, e que me servirá para finalizar esse post é:

"O importante não é o dia em que conhecemos uma pessoa, mas sim o dia em que ela passa a existir dentro de nós."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Caça e Caçador!

"E se um grande prazer rola pelo ar
Brilhante como uma estrela
Leve e louco sem pressa de acabar
A gente nem pensa na hora
Passa dia e noite assim
O amor não tem que ser uma história
Com princípio, meio e fim"

Essa música do Fabio Junior foi uma das trilhas sonoras da minha infância, afinal de contas, minha mãe era fã de ir à todos os shows mesmo que fosse sozinha. Naturalmente acabei me tornando fã também, e acho que o Fabio Junior é o tipo de cantor que ainda será lembrado por muitas e muitas gerações.
Mas o objetivo do post não é falar sobre ele, e sim sobre a música Caça e Caçador. Poderia fazer aqui uma análise morfo-sintática, relembrando as incríveis aulas da faculdade, mas tenho certeza de que somente 10% dos leitores chegariam até o final do texto pois, reconheço, a gramática da língua portuguesa é mesmo para o gosto de muito poucos.

Portanto, o meu objetivo é fazer uma análise mais simplória, buscando apenas o sentimento que essa música transmite, e que marcou uma época muito saudosa da minha vida.

Creio que todos conheçam a letra completa dessa música, mas para quem quer refrescar a memória, segue o link: http://www.vagalume.com.br/fabio-jr/caca-e-o-cacador.html

É claro que essa é apenas uma dentre as milhões de músicas que já foram escritas com o objetivo de ser a trilha sonora de uma "história de amor". E é exatamente esse o ponto... O que podemos considerar uma verdadeira "história de amor"? O amor é um sentimento tão simples e, ao mesmo tempo, tão complexo. O amor é tão intenso e tão singelo que não sabemos nunca as surpresas que ele pode nos preparar.

Mas quando na música, Fabio Junior afirma: "você me faz o que eu sou, caça e caçador..." - sempre me remeteu à uma idéia de instinto. E pelas poucas experiências que eu vivi eu não conheço nenhum sentimento mais instintivo do que o amor. Quando a gente ama de verdade, e isso independe de ser um relacionamento familiar ou entre duas pessoas desconhecidas, costumamos virar feras. Queremos defender quem amamos a todo custo, e oferecemos carinho sem pedir nada em troca. Além do mais, essa idéia de caçar ou de ser caçado é também bastante palpável, afinal de contas, um relacionamento amoroso é também um jogo onde geralmente ganha o mais forte ou do mais ágil. Algumas vezes, ganha quem chega primeiro, ou ganha quem possui mais artifícios a seu favor.

O que de fato eu concordo é que "o amor não tem que ser uma história com princípio, meio e fim". Amor de verdade é aquele que perdura, que ultrapassa barreiras, que vence preconceitos, que supera qualquer diferença e, que principalmente, anda ao lado da verdade, da sinceridade e da humildade. Já fiz aqui nesse blog um post sobre a amizade, e tudo isso que eu acabei de escrever se aplica à esse tipo de amor também.

Tudo na nossa vida é cíclico e tem um início, um meio e um fim, mas não o amor. E o amor traz uma felicidade e uma plenitude para quem ama, que não há descrição que baste ou poema que represente. E eu acredito que podemos sim amar várias pessoas ao mesmo tempo de formas diferentes, senão teríamos somente um grande amigo e amaríamos somente a nossa mãe ou somente o nosso pai.

Não há nada mais lindo do que o amor, pois ele chega sem pedir licença para entrar e nos faz aprender diariamente a lidar com um mutirão de outros sentimentos que costumam acompanhá-lo.

Maria Rita, por exemplo, gravou uma linda música composta por Arlindo Cruz e dois outros amigos, que consegue exemplificar muito bem tudo isso que eu tentei, e espero ter conseguido, transmitir à todos vocês. A música se chama "O que é o amor", e finalizo o blog com ela para que vocês possam refletir sobre o sentimento que move o mundo.

"Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar

Me disseram uma vez
Que o danado do amor pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor

Quando a gente ama brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama é o clarão do luar
Que vem abençoar o nosso amor"

quinta-feira, 10 de março de 2011

Você sabe quando é hora de parar?

Esse post me veio à cabeça depois de algumas conversas que tive nesses últimos dias com algumas pessoas cuja opinião respeito muito.

Todos nós, principalmente na virada de ano, fazemos diversas promessas como começar um regime, fazer uma viagem, ou até mesmo de retomar alguns projetos que ficaram de lado no ano que se encerrou.

Mas algumas vezes nessa vida, o importante mesmo não é saber a hora de começar alguma coisa, mas sim de parar com ela.

Eu, por exemplo, gostaria de parar de ser tão mal humorada pela manhã. Admiro muito quem consegue acordar distribuindo "bom dia" para o mundo, mesmo acreditando que ninguém pode ser tão feliz assim 365 dias por ano. Gostaria também de parar de me envolver tanto com os problemas alheios, pois acabo carregando-os para mim.

Acho que todo mundo tem hábitos ou traços de personalidade que gostaria de mudar, ou aperfeiçoar. Apesar de defender o equilíbrio em qualquer situação, me pergunto se há alguma atitude ou forma de encarar a vida que nunca deve ser colocada em prática. Minhas dúvidas, muitas vezes, não são voltadas à uma situação específica, mas são generalizadas.

Para exemplificar o que quero dizer, pergunto à vocês: até onde devemos ir para alcançar os nossos objetivos? Ou ainda: até onde a verdade deve ser nua e crua? E mais: porque nos sentimos no direito de julgar alguém se podemos carregar defeitos ainda piores?

Entendem o que norteia esse post? Vocês conseguem identificar alguma situação da vida de vocês em que se encaixem essas perguntas? Eu certamente consigo... E posso afirmar que muitas vezes, por não sabermos a hora certa de parar, acabamos nos magoando, ou magoando pessoas que não mereciam sofrer.

Gostaria muito de ter esse discernimento, mesmo quando o coração fala mais alto, para saber a hora de parar com atitudes, hábitos ou até mesmo pensamentos que não estejam mais agregando valor à minha vida.

Talvez isso seja mais simples do que imagino, e acredito que experiências me auxiliarão nesse aprendizado. Mas acredito também que, como réles mortal que sou, mesmo tendo o conhecimento, ainda hei de errar pelo longo caminho que irei percorrer nessa vida. E sei que tudo isso faz parte de algo muito maior...

Mas e você? Você sabe quando é hora de parar?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quem sabe?

Publico hoje um texto que saiu do coração...

Talvez tenha sido sua voz
Ou o seu jeito de andar
Talvez seja o seu abraço gostoso
E o seu jeito de me amar

Pode ser que seja o seu sorriso
Ou sua mania de me provocar
Ainda que seja de maneira sutil
Pode ter sido o seu jeito de me ignorar

Talvez tenha sido seu cheiro
Ou até mesmo a forma de me beijar
Mesmo que não agrade à todos
Pode ter sido o fato de você fumar

Pode ser por causa das barreiras
Ou das dificuldades que irei enfrentar
Quem sabe não seja o medo
De mais uma vez sofrer e penar

Talvez seja tudo isso
Ou alguma coisa que eu não possa mensurar
Não sei dizer se é pra sempre
Mas sei que é absolutamente singular

Sinto o peso desse sentimento
E das consequências com as quais terei de arcar
Mas quem sabe um dia eu entenda as razões
Que fizeram por você, eu me apaixonar...

terça-feira, 8 de março de 2011

A música venceu!

Esse post nada mais será do que uma homenagem à Vai-Vai - Campeã do Carnaval 2011 - e à todas as escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro que todos os anos fazem dessa festa um evento repleto de emoção, beleza e alegria.

Apesar de muitas pessoas declararem que não gostam do Carnaval, que não gostam de desfiles de escola de samba, que acham a apuração um porre, quero que todos vocês, queridos leitores, reflitam um pouco sobre as comunidades que se envolvem todos os anos para preparar uma festa tão bonita, colorida e cheia de esplendor.

Sabemos que há um grande envolvimento financeiro, até porque, nada nessa vida é de graça, mas muitas pessoas se disponibilizam gratuitamente para ajudar sua escola de coração a fazer um grande espetáculo na avenida. Essa dedicação e comprometimento não tem preço que pague! É a vontade de ver a comunidade festejando, como hoje está a comunidade do Bixiga e da Bela Vista.

Quem nunca foi à um ensaio de escola de samba, não sabe o que é a sensação de sentir a bateria tocando no lugar do seu coração! É tão brasileiro que dá um orgulho imenso de ter nascido aqui do que em qualquer outro lugar desse mundo! É tanta emoção que você consegue entender porque as pessoas se dedicam o ano inteiro, algumas de segunda a segunda, outras indo aos ensaios todos os finais de semana, e ainda aquelas que fazem questão de desfilar todos os anos na mesma escola porque sabem a emoção de entrar na avenida ao som da bateria e dos aplausos do público!

Parabéns Vai-Vai! A saracura mostra todos os anos o seu valor! E esse ano houve o merecido reconhecimento pelo trabalho de um ano inteiro!

E pra nunca mais esquecer...

A MÚSICA VENCEU

Feliz da vida, lá vem o Bixiga
Exemplo de comunidade
A Música Venceu
O dom é luz que vem de Deus
Da emoção Vai-Vai resplandeceu

Dos céus, em um cortejo divinal

Os deuses da inspiração
Lançam talento a um mortal
O ser abençoado, que hoje brilha neste carnaval
As sinfonias de Bach regeram seu destino
Orgulho brasileiro
Jovem pianista genial
Em "preto e branco" sucesso internacional

Na sua fé, resistiu
E a dor da adversidade, suplantou
Com muita garra e amor
(Com muito amor...)

E assim, na sua força de superação

Buscou a verdadeira vocação
Um novo incidente o quis derrubar
Mas com maestria se pos a lutar
Por seu ideal
Luz da Ribalta que jamais se apagará
E ao som de "Bravos e Aplausos"
A Saracura agora vem cantar...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Parte 2: Um final (quase) feliz! ;)

Dando continuidade conforme o prometido no meu último post, sigo contanto a "saga" da compra do meu carro.

Vocês devem ter se perguntando porque tanta ênfase na concessionária e na questão da documentação, acertei? A verdade é que essa sim é a parte principal da história.

Somente recapitulando, eu comprei o carro e paguei o despachante para que eles transferissem o veículo para o meu nome. Pois bem, tenho até vergonha em escrever isso mas, acreditem vocês ou não, até hoje, dia 03/03/2011, quase três anos depois da compra, o carro ainda está em nome da concessionária. Sim, eu sei, é um tremendo absurdo, mas aconteceu, ou melhor, está acontecendo...

Mas como desgraça pouca é bobagem, tenho que relatar um episódio absolutamente cômico, para não dizer trágico. Em 2009 resolvi viajar para uma colônia de férias em Itanhaém. Era feriado prolongado e valeria muito a pena descansar um pouco dessa loucura que vivemos na nossa queria selva de pedra. Sexta-feira levantamos acampamento, malas prontas e dá-lhe estrada... Mal sabia eu que estava prestes a passar pelos piores momentos da minha vida!

Pegamos a estrada (meu ex-namorado, eu, minha prima e seu marido) por volta das 23:30 e, por ser feriado, o  trânsito estava absolutamente caótico. Em um determinado momento, a Rodovia Imigrantes ficou livre e tanto eu quanto minha prima acabamos caindo no sono enquanto meu ex-namorado dirigia e o marido da minha prima conversava com ele. Chegamos na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega mais de 02:00 e, assim que chegamos em Mongaguá, fomos surpreendidos por um comando da Polícia Rodoviária Federal.

Vamos às considerações: meu carro tem placa final 6, então conforme tabela de licenciamento, eu devo licenciá-lo anualmente no mês de Agosto. Quando comprei o veículo, o documento estava licenciado em nome do antigo dono, mas obviamente em Agosto/2008 o documento venceu. Você vai pensar: mas é claro que a Mayara pagou a taxa de licenciamento e pegou o documento novo para poder viajar! E eu vou te dizer: Não! A Mayara não fez isso...

Quando ouvi meu ex-namorado dizer "Ixi! Fomos parados!" eu acordei para o pior pesadelo pelo qual já passei e não desejo isso para ninguém. Quando acordei, a única coisa que consegui dizer foi: "Fodeu!"

O marido da minha prima, sem entender nada, questionou qual era o problema, mas já era tarde demais, o policial rodoviário já estava ao lado do motorista pedindo o documento. Naquele momento, recém-acordada, tudo o que eu consegui fazer foi pegar o documento (vencido) na bolsa e entregar para o policial. Ao ver que aquele documento estava mais do que vencido, o policial ainda teve a boa vontade de perguntar se eu não tinha o documento de 2009. Foi então que eu tentei, ainda que trêmula, explicar ao policial a minha triste história...

É claro que nada justificava o fato de o veículo não estar no meu nome ou do licenciamento estar vencido. Foi então que o policial disse a frase que eu nunca gostaria de ter escutado: "A Sra., sendo habilitada, deveria saber que andar com o veículo sem licenciamento é infração grave e resulta em multa e apreensão do veículo."

Confesso à vocês que as três últimas palavras me doeram muito mais do que qualquer porrada que eu pudesse levar naquele momento. Meu cérebro processou milhares de informações ao mesmo tempo e eu conclui novamente: "Fodeu!". Avaliem comigo... Se o carro não está no meu nome e ele é apreendido, eu só poderia retirá-lo do pátio para o qual ele seria levado (sabe-se Deus onde) após regularizar toda a situação do veículo. Ou seja, eu dependeria da concessionária - aquela mesma que até hoje não resolveu nada - para regularizar a situação do veículo e então poder retirá-lo do pátio. Não faço idéia de quanto isso iria me custar, mas só de pensar em não reaver o carro e ainda ter um carnê bem gordo para bancar, não teve outra solução: comecei a passar mal. Minha pressão caiu, minhas pernas bambearam e, pela primeira vez na vida, eu senti uma vontade imensa de chorar mas não conseguia.

Vendo minha situação absolutamente péssima, meu primo começou a conversar com o policial dando uma de "joão sem braço" como se não soubesse o que estava acontecendo. Creio que o policial achou um pouco estranha aquela situação e levou tanto o documento do carro quanto a habilitação do condutor para a guarita policial e começou a fazer umas pesquisas no sistema.

Nós ficamos parados na estrada por uns 40 minutos, mas tenham certeza de que pareceu uma enternidade.

Depois de muito pedir, e até implolar, alegando que eram mais de 02:30 da manhã, que não havia ninguém que pudesse nos buscar aquela hora, e que o licenciamento do veículo não havia sido feito, não por má fé, mas por inocência da minha parte, o policial então resolveu apenas aplicar a multa e nos deixar seguir viagem.

Lembram-se que no post anterior eu afirmei: "O que me lembro como se fosse hoje é que quando vi o Center Norte meus olhos se encheram d'água. Nunca nessa vida, havia sentido um alívio tão grande."? Pois é, até aquele momento eu não havia sentido, mas ao ouvir o policial dizer que, mesmo não podendo fazer aquilo, iria nos liberar para seguirmos viagem foi, de fato, o momento de maior alívio que eu já senti em toda a minha vida.

Seguimos viagem com as pernas bambas, e com a certeza de que Deus havia marcado presença naquele momento das nossas vidas com o maior dos milagres. É claro que essa história depois gerou muitas piadas, mas ainda assim a considero traumática. Depois desse episódio eu nunca mais viajei ou sequer fui para a balada com o documento irregular.
Atualmente a situação está quase solucionada. A concessionária me entregou todos os documentos necessários para a transferência do veículo para o meu nome, mas como a Fiat Venice está sofrendo diversos processos trabalhistas, todos os bens dela foram bloqueados e, é claro, que o meu carro está no bolo. O ofício de liberação já foi protocolado no DETRAN e agora aguardo ansiosamente a liberação da restrição judicial para que eu possa finalmente transferir o veículo pro meu nome.

Bem, a história é grande, mas o aprendizado é maior ainda, podem ter certeza! Peço que comentem com todos os amigos e conhecidos para que NUNCA, NINGUÉM, em HIPÓTESE NENHUMA, compre um carro na Fiat Venice, pois tudo isso que venho passando nesses quase três anos, é um sofrimento absolutamente desnecessário.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Parte 1: Quem tem carro levanta a mão! \o/

Caros leitores, a história a seguir, além de longa, contém fatos chocantes... Tire as crianças da frente do computador e habilite a sua paciência caso queira chegar até o final desse post, ok? ;)

Vou dividir a história em duas partes para que vocês consigam digerir todo o depoimento...

Tudo começou em 2008 quando tive a brilhante idéia de comprar o meu primeiro carro. Sabe como é, euforia, ansiedade, medo e todos os outros sentimentos que aparecem quando você vai fazer a primeira compra financiada da sua vida! Comecei a procurar em todas as concessionárias qual teria a menor taxa de financiamento pois não poderia dar nada de entrada: era só a cara, a coragem e o carnê!

Pois bem, assistindo aos programas que passam todos os domingo divulgando as concecionárias e feirões da cidade, vi um comercial da Fiat Venice, uma concessionária que fica na Av. Tancredo Neves, Zona Leste da cidade. Foi então que no dia 22/03/2008 fui até lá e para a minha felicidade, que depois se tornaria um pesadelo, havia um feirão de veículos semi-novos. Dentro do valor que eu procurava havia um Ford Ka, 1997, de cor vermelha e com alguns retoques internos necessários. Claro que o vendedor me garantiu que tudo seria consertado e que ficaria como novo.

Pausa para uma rápida consideração: o meu grande erro, na verdade, foi ter confiado em uma concessionária só porque ela carregava o nome Fiat. Se eu tivesse suposto naquele momento que eu passaria por 1/10 do que eu passei, eu jamais teria levado aquela compra adiante.

Como sempre acontece aqui no Brasil, para vender alguma coisa para você, é tudo muito rápido. Meu crédito foi aprovado quase que imediatamente e o financiamento para 48 meses saiu antes mesmo de eu piscar os olhos. Até aí, creio que minha história não tenha nada de diferente do que vocês já viram ou até mesmo já fizeram, salvo por um detalhe crucial: enquanto estávamos fechando negócio, que era mais um monte de papéis para assinar, o vendedor me informou que eu teria que pagar algo em torno de R$ 350,00 para que o despachante da Venice providenciasse a transferência do carro pro meu nome. Rá! Doce ilusão minha... Mas, contrariando toda a expectativa de vocês que estão pensando que eu devo ter contestado e batido o pé para que eu mesma fizesse a transferência do veículo, surpreendam-se: eu apenas aceitei a justificativa de que era procedimento da concessionária que os documentos fossem transferidos pelo despachante próprio para evitar fraudes e paguei o despachante.

Pausa para uma outra rápida consideração: se eu tivesse, no mínimo, pesquisado sobre como funcionam compras de veículos, eu saberia naquele momento que era um direito meu receber a documentação para a transferência do veículo.

É claro que após ter finalizado a compra eu estava realizada por ter finalmente alcançado meu objetivo de comprar meu primeiro carro. O vendedor prometeu que o carro poderia ser retirado dentro de 10 dias, o que pra mim seria uma eternidade! Obviamente que o carro não ficou pronto dentro do prazo, mas após algumas ligações grosseiras, o vendedor me garantiu que eu poderia retirá-lo dia 04/04/2008 (sexta-feira), e isso seria perfeito pois no sábado seria o aniversário de uma grande amiga e eu havia combinado com ela de irmos com o meu carro para a casa dela na sexta-feira para que pudéssemos arrumar tudo com calma para o sábado, mas primeiro seria necessário passar na minha casa para pegar as minhas coisas.

Chegado o grande dia, não cabia em mim de tanta felicidade e ansiedade. Combinei com a minha amiga de irmos até a concessionária de ônibus e de lá seguiríamos para a minha casa. A ida foi uma maravilha... mas alguém se lembrou de olhar o caminho de volta? CLARO QUE NÃO! Mas como eu já tinha ido lá (mesmo que uma única vez), é óbvio que eu saberia achar o caminho de volta, afinal de contas, era só chegar na Av. do Estado e eu estaria a caminho de casa! Eu de fato cheguei na Av. do Estado, só não me dei conta de que estava indo para o lado errado. E para piorar, o nervoso daquele momento, dirigindo pela primeira vez um carro meu, não me permitiu sequer a coragem de parar no primeiro posto da gasolina para pedir informação. Fui seguindo com o carro como uma louca desvairada esperando que a rua de casa surgisse do asfalto na minha frente! O problema começou a ficar mais sério porque começou a escurecer e eu estava cada vez mais no mundo de "Neverland". Tive então a brilhante idéia de pedir informação... Vou tentar transcrever aqui o diálogo:

Mayara: "Moço, por favor, estamos perdidas e precisamos ir para Santana, ali próximo da Av. Cruzeiro do Sul. Como eu posso fazer?"
Moço: "Ixi... Você tá longe, viu!"
Mayara: "Jura? Onde eu estou?"
Moço: "Aqui em cima é a Av. Sapopemba. Você está indo sentido São Mateus."
Mayara: "Não, moço. Pelo amor de Deus, eu nem sei onde fica esse lugar. Como eu faço pra voltar?"
Moço: "Bom, o jeito mais fácil é voltar pela Av. Sapopemba, e ir seguindo as placas sentido Marginal Tietê. De lá você sabe chegar?"
Mayara: "Olha, saber eu não sei, mas pelo menos se eu conseguir chegar até lá eu sei que vou estar mais perto de casa. Muito obrigada!"

Agora imaginem vocês, eu, com essa única vida que Deus me deu, dirigindo meu carro pela primeira vez, inexperiente em qualquer trânsito dessa cidade, tendo que atravessar a Av. Sampopemba e a Av. Salim Farah Maluf na "hora do rush" para conseguir chegar na Marginal Tietê em por fim, tentar me achar para chegar em casa. Não preciso nem dizer que foi uma aventura e tanto (além, é claro, de todas as buzinadas que levei por fazer barbeiragens no trânsito)! O que me lembro como se fosse hoje é que quando vi o Center Norte meus olhos se encheram d'água. Nunca nessa vida, havia sentido um alívio tão grande. Por fim, entre mortos e feridos salvaram-se todos e eu finalmente cheguei em casa sã e salva.

Claro que essa história ainda não acabou, mas peço que vocês tenham um pouco de paciência para conhecer os próximos capítulos.

Continua...